sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ao tempo que não como uma boa cabidela

Pois faz-se este blogue não só de relatos pessoais, mas também de terceiros.
Depois de ter morto um(a) personagem, sinto que é meu divino dever construir uma nova.
Aos 35 anos, Alex, é um arquitecto brasileiro que se tem dedicado a remodelar a estalagem a partir do momento em que se apercebeu que os 3 dias iniciais que veio para ficar se prolongaram já por um período superior a um mês.
Pois acontece que este jovem resolveu ir conhecer ontem a lusa realidade das casas de fado. Estando acompanhado de brasileiros e franceses, eis que havia no grupo um jovem marroquino a residir em França a fim de terminar a sua brilhante carreira académica.
Pois foi precisamente com esse jovem que um idoso fadista resolveu dar uma de bom lusitano e perguntar que drogas tinha consumido por ter os olhos tão fechadinhos, assim denotando um profundo conhecimento sobre os jovens que tanto distúrbios causam em terras francesas.
Mas do outro lado, em vez de sorriso, houve um ar ofendido. Houve refilar. Houve conversa no final com o senhor fadista. Houve mão no pescoço do senhor fadista e gritos de falta de respeito e disto e daquilo.
Completamente alheado da realidade onde se encontrava, o jovem arabe (leia-se com o sotaque francês de Poitiers, local sagrado de travão ao avanço árabe na Europa há alguns anos atrás) levou uns merecidos sopapos (tapês, segundo o que me foi narrado, mas eu sou muito pouco fiel nestas coisas de narrar acontecimentos de terceiros), tendo sido posto no seu devido lugar pelo idoso fadista, pelo guitarrista, 2 empregados e mais alguns curiosos que não resistiram a juntar-se à garraiada.
Entre gritos de falta de respeito, lá foi posto na rua enquanto o Alex fazia contas à vergonha.
Neste episódio todo só lamento o facto de se ter passado num daqueles clubes de fado onde se paga bem e há gente benzoca. Houvera sido aqui na Tasca do Jaime e haveria cabidela para o jantar.
Por uma questão de respeito, claro está.

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