Rubem Fonseca.
Rubem Fonseca.
Rubem Fonseca.
Nos últimos tempos tem sido o meu mais fiel companheiro de leituras. Bem mais fiel do que as personagens que cria.
As nuvens sexuais por onde se move a personagem principal deste Diário de um fescenino são comuns a muitas de outras personagens dos seus contos, quase nos fazendo sentir que estamos a visitar um velho amigo que dispensa muitas apresentações. Um desejo ardente e constante pelo corpo feminino num elogio constante à sua beleza aliados a um comportamento irregular são pontos fortes da sua narrativa.
De certa forma é quase inevitável não nos lembrarmos de Bukowski ao lermos estas páginas confessionais. Mas em comparação com o famoso beat ganhamos humor. Bastante. Um sarcasmo escarninho constante que nos faz ler sempre com um sorriso maroto na cara.
O enrolar na acção a que somos convidados faz igualmente lembrar o Processo de Kafka ao vermos a personagem principal a cair num caso judicial algo aparatoso.
O final, como não podia deixar de ser, é surpreendente.
Rubem Fonseca é não só um mestre no domínio da língua como da narrativa. Aqui fica a prova uma vez mais.
A jeito de despedida deixo ficar duas notas tremendamente pessoais:
1) A alegria tremenda de sentir os meus olhos passarem pelos seus textos.
2) A tristeza igualmente tremenda de saber que a Zentrabibliothek não tem mais livros dele que me possam alimentar nos próximos tempos.
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