Chegada esta época do ano os parques de Hamburgo enchem-se alegremente com os fumos que saem dos mais diversos assadores fazendo até crer que o D. Sebastião irá ressurgir por estas bandas e a bordo de um BMW, assim contrariando aquilo que sempre me foi dito na escola. A mim e a tantos outros.
A fim de me integrar nos costumes desta gente lá me decidi a também tentar estas artes churrascatórias. Depois de me ter informado de forma séria sobre os procedimentos dos locais, lá me muni de variadas salsichas e carne temperada num molho de cá que facilmente se traduz para português como um "eu não quero nem saber o que é que leva".
Estando alegremente a acabar de grelhar uma última leva de salsichas eis que o céu de repente escurece e termino debaixo duma manta impermeável a ver a chuva a apagar o fogo que tão carinhosamente ateei. Pese embora tenha ficado algo chateado com isto, começou a crescer em mim uma convicção que isso se devia, única e exclusivamente, à má selecção gastronómica. Isto há pecados pelos quais esta gente tem que pagar.
Após leve maturação de ideias, lá fui comprar umas sardinhas congeladas (a loucura, oh meu deus, a loucura) e propus-me a nova churrascada.
Agora sim! Tudo certinho para correr bem!
Nada mais falso!
Acabei debaixo do toldo de um café à espera que a trovoada com que os deuses me presentearam passasse. Como não passou, passei-me eu e nadei até casa entre as ruas encharcadas de Hamburgo.
Talvez a culpa não esteja na selecção gastronómica mas numa total falta de conceptualização do termo "Verão" por entre estas hostes.
Peço, pois, ajuda a alguém letrado que esclareça esta gente que é possível ter verão sem chuva. Difícil, mas possível.
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