sábado, 5 de janeiro de 2013

Resoluções de 2013

Depois de ter conseguido sobreviver à verdadeira esquizofrenia de petardos e fogo de artifício por causa das festividades de ano novo, resolvi começar a ponderar seriamente nas resoluções do novo ano.
A primeira prendeu-se claramente com a inscrição num curso de alemão a fim de finalmente começar a vencer as barreiras linguísticas que ainda me fazem sorrir quando me ofendem na rua ou repetir ad nauseam a fatal pergunta de "noch einmal, bitte".
Movido por uma superior energia, lá me arrastei para uma tal de Deutsche Akademie que anunciava no metro preços imbatíveis. Depois de ter sido recebido por uma criatura que não conhecia a palavra sorriso e muito menos aquela outra de simpatia, perguntei se podia fazer um teste para saber o meu nível.
Seguindo um rigoroso e escrupuloso protocolo definido pelas altas patentes militares do antigo Alto Volta, indicou-me uma sala e apontou para um amontoado de canetas enquanto me estendia umas folhas. Lá respondi a meia dúzia de questões da melhor maneira que sabia, tentando-me lembrar das mais elementares formas de saudação em alemão que não envolvessem palavras de cariz ofensivo.
Acabado o teste, voltei a deparar-me com o tal de sorriso supracitado, passando desde logo a criatura a conferir as respostas. E não foi preciso muito para me voltar a olhar com aquele olhar encantador e afirmar que eu falava alemão.
Disse que só assim um bocadinho daqui ate ali e ela vai de me passar novo teste e atirar-me de novo para a reclusão de uma sala tendo apenas as canetas como companheiras. Desta feita o teste era bem mais complicado, tendo-me dado uma soberana vontade de escrever que não fazia ideia e que isto com uma mímica mais aplicada ia lá numa situação do quotidiano.
Depois de verificadas as respostas, la me pôs num A2 e começou a explicar o contrato que teria de assinar para me inscrever, referindo-me de forma assertiva que o papel de frequência do curso não servia para questões relacionadas com o visto de permanência no país. Ainda pensei em responder que talvez fosse isso problema que não me preocupava, mas eu estava já com alguma fomeca e resolvi calar-me, pagar e procurar um qualquer sítio decente para comer algo típico de terras alemãs de forma a celebrar esta intrépida decisão.
Uma vez na rua e enfrentando a beleza e amenidade meteorológica hamburguesa, lá acabei por me enfiar num restaurante turco e sentir-me verdadeiramente alemão durante uns bons 5 minutos.
Mas nada nem ninguém me tinha avisado de como ia ser visitar uma casa nova para arrendar, resolução numero dois para este ano novo.
Mas isso já vos narrarei de forma imparcial como é meu apanágio.

3 comentários:

  1. A2?! Está fluente na germânica língua!! E "noch einal, bitte" não é uma pergunta, é um pedido. Não? Folgo em saber que, retirados os acentos, se está a adaptar com grande elegância aos teutónicos sorrisos. Um grande beijinho enquanto espero por mais resoluções...

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